A moda pandêmica de um ano nada futurista
- Luana Bonvicini
- 12 de nov. de 2020
- 1 min de leitura
A máscara é o novo rosto da sociedade. Essa ideia vem a minha cabeça como se eu estivesse visualizando essa frase em um outdoor.
Rostos quadriculados azul e branco, outros com estampas de uma série que um dia foi febre, como Friends, por exemplo, e desenhos que carregam consigo adultos nostálgicos. As ruas são como palco para a burca pós-moderna, onde rostos doentes e saudáveis são cobertos com diferentes formas, cores e estampas.
Essa é a nova cara da sociedade de 2020: cabelo, testa, sobrancelhas, olhos e máscaras. Uma identidade moderna que remete aos anos 1920, onde panos também cobriam rostos em meio à pandemia da gripe espanhola.
Temos um 2020 nada cinematográfico e futurista. Com carros voadores sendo substituídos por queimadas, aquecimento global, pandemia e conflitos políticos intensos, e uma população fadada ao momento do pouco consumismo, tecnologia, conforto, home office e consciência sustentável.
É claro que estamos vivenciando uma pandemia, um "surto coletivo", por melhor dizer, mas penso se essa nova “moda” da máscara adquirida pela sociedade prosseguirá após o fim da pandemia.
Viveremos como uma sociedade cuidadosa e amedrontada por uma doença imprevisível ou como cópias de melindrosas, fazendo de 2021 uma sequência dos “Anos Loucos” vindos do estilo de vida festiva e descuidada de 1920?
A nova tendência pós-pandemia é uma incógnita, que pode trazer consigo tanto consciência sustentável e o conforto adotado no home office, quanto, com todo respeito à aliteração que vou usar, um novo New Look, em alusão ao termo criado por Christian Dior após a Segunda Guerra Mundial, fazendo das ruas passarelas para uma moda tão luxuosa quanto a daquela época.
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